Além de interromper a temporada, o COVID-19 ameaça as receitas dos clubes brasileiros

O novo Coronavírus provoca aos clubes brasileiros uma reavaliação para o decorrer de sua temporada

por: Enzo Ferreira
Papo do Fundão,São paulo-SP

  Atualmente, a sociedade atravessa um momento de preocupação diante a nova pandemia, que até o momento, resultou na morte de mais de 140 mil habitantes no mundo e paralisou a rotina de trabalhadores e estudantes para a prevenção diante desse contágio. Porém, essa situação ocasionou em uma nova realidade, cujo alterou o planejamento anual de todos os time de futebol, que é a indefinição sobre as receitas que lucrariam em 2020 e o prejuízo financeiro pode beirar em torno de R$ 1,1 bilhão aos cofres dos clubes brasileiros. 


fonte:Carlos Figueredo/CBF

Futebol Paulista:


  Em 16 de Março, logo após a Federação Paulista de Futebol paralisar por tempo indeterminado o campeonato, os clubes seguem moldando estratégias para conseguir honrar os salários de seus jogadores e comissão técnica, como é o caso do Corinthians e Santos: No caso do time do Parque São Jorge, o time alvinegro, que planejava uma receita de R$ 493 milhões parou de receber o pagamento de dois de seus patrocinadores, além de não obter recursos para o pagamento de sua bilionária Arena. Já a situação do time da baixada santista, o Grupo Algar, que mantém boa relação com o time comandado por Jesualdo Ferreira desde 2016, interrompeu as conversas para a renovação de contrato, além da suspensão de contrato com a Autoridade de Turismo da Tailândia até o final da pandemia.
Por outro lado, São Paulo e Palmeiras seguem com um cenário econômico mais tranquilo em comparação com seus rivais: O time do Morumbi, apesar de ter encerrado o contrato com o grupo eletrônico AOC, renovou com o seu parceiro máster Banco Inter até o final desse ano e encaminha um acordo com a MRV, do mesmo grupo de seu principal anunciante. Já o Palmeiras, por conta do seu patrocínio com a FAM e a Crefisa, cujo é o maior do futebol brasileiro atualmente, segue com uma projeção orçamentária no valor de R$600 milhões e conta com os salários em dia com seus atletas.



Futebol Carioca:



Paralisando no mesmo dia que o campeonato paulista, os clubes cariocas seguem com dificuldade para enfrentar essa dura realidade. O Fluminense projetou perder cerca de 25% das receitas essa temporada e segue conversando para a redução salarial de seus atletas. Já o time Cruzmaltino procura renegociar com os bancos estaduais a suspensão de suas dívidas, como o pagamento de seus jogadores e a construção paralisada de seu novo Centro de Treinamento.
O Botafogo iniciou a temporada com uma projeção de sua receita no valor de R$ 229,3 milhões para poder diminuir a sua dívida financeira, que beira a R$1 bilhão, mas perdeu o patrocínio com o Azeite Royal (empresa cujo rompeu com os quatros grandes cariocas) e põe a esperança em seu futuro projeto de se transformar em um clube-empresa, cujo as conversas com os investidores irão se estender por mais um tempo. Já o Flamengo, atual campeão brasileiro e continental, apesar de estar negociando um novo patrocínio máster para substituir o Banco Bs2, que paga ao rubro-negro R$ 15 milhões anualmente e dar lugar a empresa americana Amazon, que pagaria o dobro do valor, o fornecedor esportivo Adidas atrasou o pagamento salarial para o time comandado por Jorge Jesus.



Futebol Mineiro:



O Atlético Mineiro e o Cruzeiro enfrentam situações semelhantes em relação a seus débitos perante a FIFA: O clube comandado por Jorge Sampaoli, que planejava R$ 119 milhões de orçamento em 2020, já desembolsou mais de R$ 50 milhões para a entidade máxima do futebol por conta de contratações com pagamentos atrasados, como a do meia atacante Maicosuel em 2014, que poderia resultar a perda de 3 pontos do time alvinegro na próxima edição do Campeonato Brasileiro, porém, por conta da pandemia, o clube acordou reduzir o salário de seus atletas e comissão técnica em 25%, o mesmo que seu rival. Falando no clube celeste, o time que foi rebaixado pela primeira vez temporada passada chegou a constar uma dívida elevada de R$ 81 milhões, que foram acordadas em ser pagas em 3 parcelas, encerrando-se assim em 2021.



Futebol Gaúcho:



Os cenários dos times sulistas foram projetados de maneiras distintas no início da temporada. Enquanto o Internacional projetava ter um déficit de R$ 12 milhões, o Grêmio esperava uma receita bruta de R$ 341 milhões, mas essa nova realidade fez com que o time do Beira-Rio tivesse atrasos no pagamento salarial de seus atletas e de seus fornecedores estivessem perto de se tornam real e o clube comandado por Renato Gaúcho ter uma queda em suas receitas em um valor de R$ 25 milhões nos próximos três meses.
Diante a esse novo e negativo cenário, os clubes seguem se movimentando para não ter um rombo bilionário em suas receitas e discutem até hoje com a Confederação Brasileira de Futebol sobre um possível retorno aos campos, mesmo que seja com os portões fechados e todos os jogos disputados em São Paulo, desde que isso não comprometa a saúde de quem atuará defendendo seus respectivos times e a situação financeira que pode sofrer esse reflexo e correr atrás do prejuízo no decorrer dos anos, fator que todos esperam deixar para trás.


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